Wednesday, May 09, 2007

berserk

como vingança deste mundo, o homem, em vez de arranjar uma espingarda, resolveu procurar atiradores homicidas pelo mundo inteiro. havia de apanhar uma dessas balas. só para eles verem como elas lhes mordem.

o realejo

o homem arranjou um macaco para dançar e fazer figuras tristes enquanto ele, notável hominídeo, se limitaria a tocar realejo. a sociedade começou bem, e rapidamente as moedas começaram a tilintar na pequena caixa em frente do par. «salta, edmilson, salta!» e o macaco... zumba, saltava com uma cambalhota. parecia caminhar para uma vida decente, fora da pobreza, até que o homem se apercebeu de que era o macaco a figura em destaque. era edmilson, o macaco, que recebia todos os aplausos, que ficara célebre na rua. duas semanas depois do início da parceria, o homem estrangulava edmilson, de ciúmes.

cão para a posteridade

dizem que os cães ladram e a caravana passa. mas nunca ninguém se esqueceu que os cães estavam lá.

mundo cão

em mundo cão, aprende a ladrar. chegará o teu tempo.

malfeitor

começou a sua carreira de malfeitor fazendo mal aos cães. tarde se apercebeu que só nos cães teria os seus melhores amigos.

sorte

o rapaz era um rapaz sortudo. tinha toda a quantidade que quisesse da melhor coisa que há no mundo: o ar. poderia respirar todo o ar que bem entendesse. «cona da mãe! filha da puta!», abençoava o rapaz quem zelava por ele nos céus. afinal de contas, mesmo na miséria, tinha a barriguinha cheia de ar.

Estado crítico #9

NAS PIORES NÓDOAS CAI O PANO

Wednesday, May 02, 2007

tê zero

à susana


ela estava naquele homem como se ao fim do dia fosse lá que vivesse, aninhada algures dentro dele.

coluna

andava direito na rua, pelos dias que passavam. mas sem ela por perto, cairia redondo no chão como se lhe tirassem a coluna.

ponte

cego. mole. fraco. insensível. burro. preso à sua condição natural de existir, ele precisava da mulher como de uma ponte para a vida.