A chuva.
Sabias tu o que era chuva quando a viste cair pela primeira vez? Não te assustaste tu com ela, ao mesmo tempo que a sentias estranhamente correr pela cara? Naquele tempo era chuva, não era água. Pensavas.
O mar.
Não eras tu criança quando o viste pela primeira vez? Estendendo-se da tua vista à vista de outra pessoa noutro lugar do mundo. Um mar com limites conhecidos, no entanto convidando à descoberta. À redescoberta.
Um rio.
Não te apaixonaste tu pelo curso das águas quando as viste pela primeira vez? Juraste que seguirias esse rio, tomando-o como um rumo num tempo em que não conseguias encontrar um. Prometeste lançar-te à água antes mesmo do barco ser construído. Não interessava onde estava a sua nascente. Para ti, aquele rio nascia ali, aos teus pés.
O ribeiro.
Da tua infância. O ribeiro puro onde ias beber água sem medo dos venenos modernos. Não foi nele que passaste as tuas mãos pela primeira vez? Não foi nele que descobriste a sensação de tocar a água, onde mergulhaste pela primeira vez a face em águas que corriam sem pressa? Esse ribeiro existia, mesmo, apenas para conheceres a sensação da água.
A água.
Não te apaixonaste tu pela água? Porquê perder o medo de saltar para dentro dela? Salta, recupera a capacidade de nadar. Afinal, o rumo da água ainda não mudou.
Saturday, November 11, 2006
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