Sabes onde vives. Não queres dizer o nome e chamas-lhe casa. Mas não é esse o epitáfio habitual destes sítios. Vives numa pocilga. P-O-C-I-L-G-A. Numa espelunca. Num chiqueiro. Esmifras os últimos tostões que tens na carteira e tentas comprar assim a boa vontade de outrem, para que possas chamar a esta merda um quarto. Nunca consegues, e assim te tornaste num vagabundo, num marginal, vida à qual chamas, benevolentemente, a «descoberta do mundo».
Toc toc. Batem à porta. Sabes quem é. Não pagaste a renda, uma vez mais, e a porteira vem reclamar o que é seu de direito. Por mais uns minutos de sexo imundo, em troca é um jeitinho que ela te faz, e pode ser que possas usar a palavra «lar» mais umas semanas. Que mentira. Mas gostas. Ser usado faz de ti um objecto. E os objectos, ao menos, existem.
Toc toc. Batem à porta. Sabes quem é. Não pagaste a renda, uma vez mais, e a porteira vem reclamar o que é seu de direito. Por mais uns minutos de sexo imundo, em troca é um jeitinho que ela te faz, e pode ser que possas usar a palavra «lar» mais umas semanas. Que mentira. Mas gostas. Ser usado faz de ti um objecto. E os objectos, ao menos, existem.
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